Musicoterapia na qualidade de vida e construção de relações
Isabel Dionísio • 4 de setembro de 2025

Como a musicoterapia contribui no bem-estar

O estudo de Yurteri e Akdemir (2019) analisou como a musicoterapia pode impactar sintomas centrais do autismo e a qualidade de vida de crianças autistas. Foram avaliadas áreas como relacionamento, habilidades linguísticas, autocuidado, aspectos sociais e indicadores de qualidade de vida.  A pesquisa envolveu 24 crianças com diagnóstico de autismo, divididas em dois grupos: um que recebeu apenas acompanhamento psiquiátrico e educação especial, e outro que, além disso, participou de sessões de musicoterapia. Essas sessões aconteceram durante oito semanas, duas vezes por semana, com duração de 40 minutos, utilizando instrumentos variados e técnicas de improvisação musical conduzidas por um musicoterapeuta autorizado.


Os resultados mostraram que, após a intervenção, as crianças que participaram da musicoterapia tiveram melhora significativa em habilidades de relacionamento. Na prática, isso significa que houve avanços em como elas conseguiam estabelecer contato e interagir, aspecto central nos desafios trazidos pelo autismo.

Outro ponto importante foi o desenvolvimento das habilidades linguísticas. O estudo identificou redução nos escores que indicam dificuldades de linguagem, sugerindo que a participação nas sessões musicais ajudou as crianças a se expressarem melhor e a utilizar a linguagem de forma mais funcional no dia a dia.

A pesquisa também observou progressos no autocuidado, registrado na dimensão chamada “toplumsal-öz bakım” (autocuidado social). Isso inclui pequenas tarefas de independência e cuidados pessoais básicos, que são fundamentais para o desenvolvimento e a autonomia da criança.


Além disso, os ganhos sociais foram notáveis. A musicoterapia contribuiu para que as crianças apresentassem melhores resultados em aspectos de interação social, ampliando a capacidade de resposta em situações coletivas e melhorando sua participação no convívio com outras pessoas.


A qualidade de vida também foi avaliada por meio de um instrumento específico. As crianças que receberam musicoterapia apresentaram maiores escores em áreas como bem-estar emocional, social, desempenho escolar e funcionamento psicossocial. Isso indica que os benefícios não ficaram restritos a sintomas clínicos, mas impactaram diretamente a experiência cotidiana dessas crianças.


Por fim, os autores concluíram que a musicoterapia trouxe contribuições positivas tanto nos sintomas ligados ao autismo quanto na qualidade de vida das crianças. Esses resultados reforçam a importância de integrar essa prática ao tratamento complementar do autismo, quando realizada em condições adequadas e por profissionais qualificados.


Fonte: doi: 10.5455/apd.12505 

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