Minha Abordagem em Musicoterapia
Em musicoterapia, existem diferentes formas de se conduzir o trabalho, sempre adaptadas às necessidades e ao perfil de cada pessoa. Uma delas é a abordagem relacional, que prioriza a interação musical ativa e a qualidade do vínculo com o(a) terapeuta, valorizando a livre expressão, seguindo a iniciativa e as respostas musicais espontâneas da pessoa atendida, criando um diálogo sonoro que favorece a interação e a comunicação.
Há também a abordagem estruturada, na qual são utilizadas técnicas mais dirigidas e propostas com objetivos específicos. Pode envolver, por exemplo, a composição de músicas com letras que trabalhem determinados conceitos, o uso de ritmos para organizar movimentos ou a aplicação de canções que facilitem a aprendizagem. Essa modalidade é comum quando se busca desenvolver aspectos como linguagem, imitação, regulação e várias outras habilidades.
Além disso, a musicoterapia pode ser conduzida de forma receptiva, quando a escuta musical é o principal recurso, ou ativa, quando a pessoa participa tocando instrumentos, cantando ou se movendo. Essas modalidades podem ser combinadas em uma mesma sessão, conforme os objetivos do plano terapêutico, seguindo decisão clínica sobre qual estratégia — ou qual combinação delas — é mais adequada para cada momento, sempre com base em avaliação contínua e respaldo técnico-científico.
O processo musicoterapêutico é sistematizado e estruturado em etapas:


1ª Etapa
Avaliação
O processo na musicoterapia começa pela avaliação, uma fase de escuta e acolhimento. Nas primeiras sessões, que incluem uma conversa inicial (anamnese) e momentos de interação musical, o(a) terapeuta compreender a criança: em sua história, suas relações com o som e a música, suas necessidades e potencialidades. Essa etapa é fundamental para construir um vínculo de confiança e coletar as informações necessárias para um planejamento realmente individualizado, sempre em diálogo claro e transparente com a família.

2ª Etapa
Planejamento
Com base na avaliação, inicia-se a etapa de planejamento. Nesta fase, é estruturado um plano de intervenção com objetivos claros e personalizados, que tenham relevância e validade social para criança e para sua família, definindo as técnicas que serão utilizadas para alcançá-los. Esta programação é então apresentada e alinhada com a família em uma sessão de devolutiva, garantindo total transparência sobre o caminho terapêutico proposto. Este cuidado assegura que todos estejam envolvidos e cientes de como a musicoterapia irá contribuir para o desenvolvimento e bem-estar de quem será atendido.

3ª Etapa
Implementação
A implementação acontece nas sessões regulares semanais, onde o plano ganha vida por meio de experiências musicais significativas. Utilizando técnicas específicas de improvisação, canto, exploração instrumental, escuta ou jogos rítmicos, essa fase requer constante atenção e um ambiente seguro e previsível para trabalhar os objetivos definidos. Cada sessão é um espaço de expressão, descoberta e desenvolvimento, onde a música serve como ferramenta para promover comunicação, regulação, interação social e autoconfiança, sempre respeitando a individualidade da criança.

4ª Etapa
Acompanhamento
Periodicamente (a cada 3 ou 6 meses), é realizada uma reavaliação para mensurar os progressos e definir a próxima etapa. A família irá decidir em conjunto com o(a) profissional sobre a alta ou necessidade de continuidade no processo terapêutico. Essa fase crucial envolve novas sessões de avaliação, a reformulação do planejamento e uma nova devolutiva à família. Este ciclo contínuo de avaliação-intervenção-reavaliação garante que a terapia permaneça sempre alinhada com as necessidades em evolução da pessoa, assegurando um acompanhamento ético, transparente e focado em resultados significativos para a qualidade de vida.
